24.5.09

me for you and you for me, alone.

Nesta semana tive o privilégio de assistir ao documentário, já aclamado pelos fashionistas, Grey Gardens. Extremamente polêmico, ele voltou à tona devido a sua adaptação para tv, feita pelo canal HBO. A estréia nos estados Unidos foi dia 18 de abril deste ano.

O filme conta a história das fantásticas "Little" Edith Bouvier Beale e "Big" Edith Bouvier Beale, prima e tia de Jackie Onassis, respectivamente, que ficaram vinte anos enclausuradas em uma casa em East Hamptom, sem a menor condição de higiene, após serem abandonadas por Mrs. Beale, que perdeu toda fortuna na crise de 1929. Lá elas desenvolveram seu mundo à parte, sem querer mais sair. Além do filme, o dvd possui alguns extras (adorow extras!), como uma entrevista feita por João Moreira Salles, em 2006, com Albert Maysles, um dos irmãos que dirigiu o filme.

Aliás, eles têm uma filmografia extensa de documentários, que eu desconhecia totalmente, e pareceu bastante válida. Na conversa ele conta que tudo começou com um filme encomendado por Lee Radziwill, irmã de Jackie, sobre a sua infância nos Hamptons. Ela listou uma série de 40 coisas sobre as quais eles poderiam filmar e o item 37 era algo como "tia e prima excêntricas". A sorte foi que, em um dos dias que eles estavam gravando, "Little" Edith ligou para Lee para falar sobre os problemas que elas estavam enfrentando com a vigilância sanitária. Lee convidou os irmãos Maysles para irem junto visitá-las e disse que se quisessem poderiam levar a câmera.



De lá eles não saíram mais, durante 3 meses, mudando, para nossa felicidade, totalmente o foco do filme. Ele fala também da sua maneira estimulante e não intervencionista de filmar, para deixá-las o mais natural possível. Segundo ele, quando a câmera estava desligada, elas continuavam sendo tudo aquilo que podemos acompanhar. É tudo tão surpreendentemente bizarro, que muitas vezes eu esquecia que o que eu estava vendo eram cenas reais e não de ficção.

Tudo isso com o plus dos figurinos de "Litlle" Edie, que são ín-cri-veis, ainda mais quando ela nos explica o que está usando. Em um dos momentos do filme, "Little" Edie fala que a mãe a via como um bebê, mas ela se via como uma garotinha. Só em Nova York ela se sentia mulher. Fiquei pensando que eu acho que nos tornamos adultos quando necessitamos nos portar como adultos, por uma condição social. Reclusa, ela podia ser o que quisesse, e foi. Na época, quase ninguém quis exibir o filme. A crítica no New York Times, por exemplo, foi extremamente negativa, afirmando inclusive que os irmãos Maysles desrespeitaram-nas ao expô-las de tal maneira. Já as duas, ficaram extremante felizes com o resultado e graças a ele, viraram ícone.

Toda essa autenticidade é referência para marcas como Chloé e Marc Jacobs (é, sempre ele).

Gray Gardens tem site e blog, que é super atual e por isso dá mais ênfase ao filme da HBO. O bacana é que ele traz várias curiosidades e posts divertidos como Why do the gays loves Gray Gardens?.

Aqui coloco o trailer da ficção (com Drew Barrymore e Jéssica Lange):



O trailer do documentário:



E alguns frames:









Aguardo ansiosa pela estréia da ficção por aqui, usando esmalte New York, da Risqué.

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