5.11.09

projeções.





4.11.09

a experiência.







30.10.09

nada estava no seguro.



Este é o senhor César Oiticica, gastando o dinheiro do governo e preparando exposições com "as obras salvas", agora valorizadas em mais de 3000% (três mil, sim) do que valiam antes do incêndio, no mercado de arte. E a causa do "acidente"? Segundo o Ministério da Cultura (hahaha!), as investigações apontam para um curto-circuito, mas não há nada concluído.

É lindo ver a felicidade com que os jornalistas anunciam a BOA NOTÍCIA, de que quase tudo será salvo. Ninguém percebe também que, além de toda a palhaçada, o valor das obras do Hélio Oiticica estão no pensamento dele, e não naquelas peças? Valorizar a peça é ir contra o próprio Hélio, é quase como debochar dele.

Francamente.

7.10.09

making of gucci ad campaign.

Me surpreendi com o vídeo da campanha da Gucci. A montagem e o áudio são muito interessantes, bem como a forma que eles encontraram de "contar" a campanha.

Mas o que mais me deixa feliz é que ultimamente está sendo bem praticado, e por consequência aprimorado, este novo formato de mostrar as coleções, além do desfile e além dos anúncios.

Garanto que serão cinco minutos valiosos:

7.9.09

2005.

O meu discurso, hoje, é esse clipe. Por um tempo em que éramos mais intensos.

7.8.09

äppelknyckarjazz.

Estou muito feliz com a descoberta da banda Movits!, que me foi apresentada por Julian O'Dorn, dj e produtor de rap.

O som dessa bandinha sueca é algo extremamente simpático, que eu diria que é um hip hop diferente misturado com um jazz diferente. O vídeo de Fel Del Av Gården foi a primeira coisa que vi deles, e já fiquei encantado. É animado, os figurinos são bonitos, é feliz, é elegante... Dá vontade de morar dentro do clipe:



Simpatizante da pirataria que sou, coloquei o álbum Äppelknyckarjazz aqui para download. Ouçam, porque melhora o humor.

16.7.09

voici la chanson commence.

Sempre gostei muito do Manu Chao, mas desconhecia o disco Siberie m'etait contéee, que baixei no início dessa semana. É um projeto independente, fora da Virgin Records, em parceria com o ilustrador Jacek Wozniak. Na verdade, é um livro-disco, porque acompanha um livro de 48 páginas com ilustrações do Wozniak e textos do Chao, que ele vinha guardando desde a época da Hot Pants, sua primeira banda, antes mesmo da Mano Negra. Isso rendeu até uma exposição em Barcelona em 2007.



Além de ser o único disco todo em francês, este é um tanto diferente do estilo repetitivo dos outros álbuns, como Clandestino e Proxima Estación: Esperanza, justamente por acrescentar tons da música típica francesa, quase folclórica, no freakfolkreggaelatinstyle já conhecido do Manu Chao.




As músicas são ótimas, e as ilustrações também. Deu muita vontade de ter o livro-disco nas mãos, mas não encontrei para vender, nem na Fnac francesa. Em compensação, encontrei a biografia do Manu Chao, que também nunca tinha visto para vender, e coloquei o álbum em mp3 disponível para download, a quem interessar.

Destaque para as músicas Les mille paillettes e Helno est mort. Essa última foi feita em homenagem a um amigo do Manu Chao que morreu de overdose. Ouçam, porque é bom mesmo.

30.6.09

entre hitler e göbbles.

No início do século, em uma época que a mulher ainda era extremamente reprimida, Leni Riefenstahl queria ser dançarina. Depois foi atriz, e também foi cineasta. Não aprenderia a cozinhar, costurar, cuidar dos filhos ou do marido. Teria muitos amantes. E seria a maior responsável pela propaganda nazista durante a segunda guerra.



Acredito que muitas pessoas condenam a Leni e pouco conseguem discutir sobre os reais motivos dela, a intenção, e especialmente o contexto em que ela estava inserida. Existem milhares de motivos para uma mulher que quer ser cineasta nos anos 1930 aceitar fazer documentários para um partido como o NSDAP.

Para alguns, ela deve ter tido algum romance com o Hitler ou com o Göbbles, seu Ministro da Propaganda, especialmente pelas declarações contraditórias dos dois e desentendimentos com ela que vieram à público.

Ela pode ter sido ingênua, acreditando que os ideais de Hitler eram corretos e que faziam sentido. Neste caso, não podemos dizer que ela foi perversa, porque estava incapacitada de discernir. Mas pode ter sido interesseira, usando a temática proposta pelo partido para viabilizar financeiramente seus filmes como nunca poderia ter financiado sem a ajuda deles. Ou pode ter sido artista, se concentrando apenas na beleza plástica da obra, e não no seu cunho e seus efeitos políticos e sociais.

Para dificultar, tem uma frase dela que me faz acreditar em qualquer uma das hipóteses acima: "Nos meus filmes, não busco heróis. Quero modelos".

Leni tem dois filmes bem importantes. Um deles é Triumph des Willens, traduzido para O Triunfo da Vontade, que é um documentário sobre o congresso do partido nazista que aconteceu em 1934, em Nuremberg. Eu não sei como descrever o que esse filme mostra sobre a lealdade do povo em relação ao Hitler, com a perfeição das imagens dos membros do partido como soldados, a música clássica e as narrações do próprio ditador. Está disponível no youtube, com legendas em inglês.



A outra das obras dela que merece destaque é o Olympia, especialmente mais interessante, porque documenta os jogos olímpicos que aconteceram na Alemanha em 1936, deixando mais dúvida sobre o que Riefenstahl buscava e pretendia com seus filmes. Olympia trata o Jesse Owens, atleta afro-americano que ganhou quatro medalhas nesta ocasião, aparentemente da mesma forma como trataria qualquer outro atleta ariano com o mesmo desempenho. Além de dar início a muitas técnicas usadas até hoje na cobertura de eventos esportivos, o filme mostra o culto do corpo e a busca pela perfeição de uma maneira atual, e é uma referência para discussões sobre o tema.





Muito depois depois do final da guerra, por volta dos anos 1970, Leni vai para África fotografar os Nubas, o que rendeu muitas exposições, além de um livro.



Também aprendeu a mergulhar e em 2002 fez um documentário com imagens de mais de setenta mergulhos. Ela tinha quase um século de vida e mergulhava para filmar o mundo subaquático!



Pesquisando sobre as notícias de sua morte, encontrei coisas absurdas, manchetes sensacionalistas, críticas gratuitas e com muito preconceito. Espero ter despertado o interesse por esta mulher fantástica, e queria que todos pudessem vê-la de uma forma um pouco mais humana, menos preconceituosa, e com o mínimo de respeito que ela merece enquanto artista, independente de sua orientação política, que nem é conhecida ao certo.

Leni morreu dormindo em sua casa, em 2003, aos 101 anos de idade.

28.6.09

pela arte.

Foi nesta sexta-feira o coquetel de abertura de mais um dos projetos super bacanas que ocorrem na Usina do Gasômetro. O Riso e a Melancolia acontece simultaneamente nas Galerias Iberê Camargo e Lunara e também com uma mostra de filmes na Sala P.F. Gastal, no Gasômetro, e vai do dia 23 de junho ao dia 26 de julho.



Na Galeria Iberê Camargo, estão expostos trabalhos em vídeo e fotografia assinados por nomes como Yves Klein, Thomas Hoepker, Terrence Koh, Martín Sastre, Guto Lacaz, Kátia Prates e Yoshua Okon. A Galeria Lunara está dedicada exclusivamente ao vídeo artista norte-americano Paul McCarthy. Já na sala P.F Gastal estão em exibição filmes como Os Palhaços, de Federico Fellini, Poucas e Boas, de Woody Allen, O que eu fiz para merecer isto?, de Pedro Almodóvar, entre outros.

Nessa quinta eu fui assistir ao inédito A Ciência do Sono, do bombado Michel Gondry. O filme é sensacionalmente lindo, divertido e claro, com uma pitada de melancolia. Pra quem não sabe, o elenco é protagonizado por Gael García Bernal e pela musa, que eu mais queria ser no mundo, Charlotte Gainsburg. Além de ser muito humano, como um bom filme francês, A Ciência do Sono nos proporciona boas gargalhadas e nos deixa com muitas ganas de criar, executar projetos manuais. Muito fofo!



Coloco aqui também uma parte do texto, muito bem escrito pelos curadores Bernardo de Souza e Mariana Xavier, que apresenta o projeto:

"Variantes de um amplo espectro emocional, o riso e a melancolia respondem por estados de espírito e de ânimo aparentemente opostos, porém complementares. Não obstante as diferentes acepções destes termos no curso da História, eles permanecem tão emblemáticos quanto reveladores da experiência humana.

Considerada uma doença na Grécia Antiga, a melancolia deixou de ser uma moléstia no período romântico, quando se difundiu a ideia de que os indivíduos por ela afetados estariam a experimentar algo de profundamente enriquecedor para a alma humana.

Desde o século XX, entretanto, mais precisamente a partir das teorizações de Sigmund Freud, a melancolia foi comparada ao estado de luto, sem que, contudo, fosse constatada nela uma perda real, senão uma perda narcisista ou emocional.

O riso, por seu turno, consiste na expressão física motivada por diferentes naturezas de humor, tais quais a sátira ou a ironia, que estão intimamente relacionadas ao contexto sóciocultural de onde emergem e que as enseja. Quer na filosofia, quer na psicologia, o riso se estabelece como reação aos estímulos de ordem intelectual, configurando-se em um fenômeno fundamentalmente humano.

De acordo com o filósofo francês Henri Bergson, caso o mundo fosse habitado por seres totalmente desprovidos de emoções, e exclusivamente movidos pela racionalidade, ainda assim haveria o riso, porque resultante de um processo mental que decorre de julgamentos morais. De maneira inversa, em um mundo dominado exclusivamente pelas emoções, o riso não seria possível, e o excesso de sentimentos nos envolveria numa atmosfera puramente melancólica."

Bacana, né?!

O texto e mais informações, como o calendário de filmes, podem ser conferidos na íntegra no blog da sala de cinema P.F. Gastal. Lá também dá pra ver todo o arquivo de projetos realizados ao longo de 2008 e 2009. A sala sempre exibe filmes muito legais. Entretanto, é difícil encontrá-la lotada e, em geral, quem frequenta são sempre as mesmas pessoas. Além dos filmes raros que exibe, como por exemplo o documentário feito por Wim Wenders com Yoji Yamamoto, mostra também clássicos como Acossado, de Jean-Luc Godard. Não sei se é por falta de divulgação, preguiça do público (que adora reclamar que não acontece nada em Porto Alegre), grade de horários... Mas a falta de apreciação já ganhou até matéria na Zero Hora. Por isso fiz questão de postar e incentivar.

Vamos lá, juventude!

22.6.09

política para os olhos.

Vivemos o momento da imagem e eu, como qualquer outro ser humano dessa geração, também as adoro. Não sou muito atenta a créditos, nem nomes de fotógrafos, sei só o basicão da moda mas nada de muito profundo. Provavelmente por isso, não tinha dado a devida atenção a David LaChappelle, que dispensa apresentações.



O engraçado é que as duas oportunidades que tive de estar mais próxima do trabalho dele, não foram através de revistas ou internet, e sim, cinema e televisão.

A primeira foi na mostra Beleza Imperfeita - Em busca de uma nova estética, onde assisti o documentário Rize, de 2005, primeiro longa dirigido por LaChapelle. O filme fala sobre a explosão da dança de rua em bairros pobres de Los Angeles.

A segunda foi no GNT, que em homenagem as semanas de moda está exibindo vários documentários com grandes personas do mundo fashion. Um deles é David LaChapelle - Olhos Mágicos, que assisti nesta quinta-feira. O filme mostra o processo criativo do fotógrafo, bastidores e alguns estudiosos sobre o assunto. LaChapelle usa de super produções (e te falo em super) para contar a história dos excluídos, porém de um forma linda, instigante, bizarra e não com piedade. Isso é o mais incrível. Por que protestar feio se a gente pode usar da beleza para isso?! E ele faz como se estivesse em uma grande brincadeira com o imaginário coletivo e o resultado é o seu surrealismo pop e atemporal.

Eu que nem sabia que ele começou com Andy Warhol, busquei um pouco mais de informações e descobri que uma das grandes fontes de inspiração para ele foi a sua infância. Sua mãe Helga produzia roupas, acessórios e cenários das fotos da família, a ponto de posarem em frente de carros e casas alheias. Com ela, LaChapelle aprendeu a enxergar a beleza na cultura trash americana e descobriu que direção de arte e produção fazem a fotografia.

Outra coisa que eu também não sabia é que o clipe It's My Life, do No Doubt (que todos nós amamos) também é de direção dele. Além dos também ótimos Dirty, da Christina Aguilera, e I'm Glad, da Jennifer Lopez.

Eu queria ter encontrado o trailer de Olhos Mágicos, ou própio documentário mesmo, para baixar e assistir novamente. Mas a única informação que encontrei foi a programação do GNT. Se alguém souber, me avise, please.

Este é o trailer de Rize:



Eu ADORO documentários, por isso recomendo, mesmo sem ter visto ainda, o Iconoclastas - Stella McCartney e Ed Rutscha, o último dessa programação especial do GNT, que vai ao ar hoje, dia 22/jun, às 21h05.

17.6.09

música para os ouvidos.

Beirut no Brasil?

Pois é, foi confirmado que a banda liderada pelo jovem Zach Condon fará show no Auditório Iburapuera em São Paulo. Não consegui encontrar nenhuma informação sobre como vai ser a venda dos ingressos. Tenho que ser rápida, muito rápida, pois a casa tem capacidade para apenas 800 pessoas.



O cabeça da banda tem 23 anos, nasceu em Santa Fé, nos Estados Unidos. O som é uma mistura de vários ritmos e instrumentos, como folk e música do Leste Europeu, deliciosamente executados por violinos, instrumentos de sopro, acordeon e ukelele, que é tipo um violão menor, lembra o cavaquinho. Zach compõe todas as músicas, inclusive a melodia e os ritmos.

Li em uma entrevista que ele fez aula de português no colégio, pois sempre quis cantar em português. Ele anda tocando Leãozinho do Caetano Veloso em seus shows. Hoje estávamos olhando um vídeo da Blogotheque da música Nantes, que é lindo. E no finalzinho ele dá uma arranhadinha de "Baby" dos Mutantes. Contou na mesma entrevista que conhece e gosta da Tropicália há algum tempo.



O segundo disco da banda, The Flying Club Cup, fez parte da minha trilha sonora fixa em todo o verão. Os vídeos são incríveis e as músicas apesar de um pouco melancólicas, me agradam muito. Adoro a mistura de instrumentos e ritmos, o som do ukelele, do violino. Tudo se encaixa com uma harmonia perfeita, fazendo bem para os nossos ouvidos e não ficando naquela mesmice de bateria, guitarra e baixo.

Beirut tocará também na Bahia e no Rio de Janeiro. Espero poder comprar o meu pela internet. Se alguém souber de algo, passa a dica.

15.6.09

nicest kids in town.

Sei que grande parte das pessoas não gosta de musicais, acha cafona, exagerado, e, o que geralmente é verdade, um produto cultural de massa. Eu acho os musicais incríveis; adoro o exagero, o brega e o retrato da vida de alguém ou de um grupo de pessoas como um show espetacular.
(Poderia dizer que essas peças de teatro ou filmes são irônicos em relação ao que vivemos hoje, a espetacularização da vida, mas para isso, precisaria de um texto longo demais, que não é a intenção aqui.)



Hoje eu estava assistindo alguns vídeos de musicais no trabalho, e todo mundo começou a ver também, lembrar de algumas cenas, de Noviça Rebelde, Cantando na Chuva, etc, e eu percebi que todas variadas manifestações tinham o mesmo discurso: "Não gosto de musicais, mas tem uma cena do (insira qualquer título aqui)que é ótima!".

Aí começam a mandar links por e-mail, e "vocês precisam ver esse", não se trabalha mais, aquela coisa. Ninguém gostava, mas foi o assunto e a diversão de todos por um bom tempo.



Para mim, serviu para encontrar várias coisas legais do Hairspray. A história é um pouco cansativa, tem algumas músicas bem chatas, mas tem uma que eu amo, e que dá título a esse post: Nicest Kids In Town. E foi justamente desta que eu encontrei um vídeo de making of, com os ensaios. É genial, assistam:



Também me diverti muito comparando vídeos das duas versões do filme e de algumas do teatro. Ao contrário de muitos outros musicais, esse surgiu como filme, em 1988, escrito e dirigido por John Waters, virou peça de teatro em 2002 e foi refilmado em 2007 na sua versão mais conhecida, com John Travolta, Zac Efron, Michelle Pfeiffer e Queen Latifah.

É só buscar por Hairspray no YouTube e se divertir com as diferentes construções de personagens, figurino, cenários e todas as formas e diferenças entre o retrato dos 60s em 1988 e em 2007, no cinema, e a adaptação de tudo isso para o teatro.

13.6.09

dolls talk.

Sabe aquela sensação que tinhamos ao ganhar um brinquedo novo? Pois é, foi isso que eu senti quando descobri o Looklet, um site feito basicamente para montar looks. Ele oferece 7 modelos, 22 fundos e muitas roupas para ficar brincando de combinar. O legal é que tem blusas, calças, vestidos, casacos, bolsas, sapatos, lingerie, acessórios, ou seja, tudo o que quiser (até anágua tem!).



Claro que tem várias coisas de coleções antigas e muito mais opções da Top Shop do que da Stella McCartney, por exemplo. Mas dá pra se divertir muito, ainda assim. Além disso é útil pra ter uma noção de produção de moda. Proporção, cores, texturas; quase uma brincadeira educativa. Esses dias até usei para montar uma referência para um trabalho, que não encontrei pronta.



Me lembrou aquelas bonequinhas de papel que vinham com roupinhas pra gente vestir dobrando atrás. Era um brinquedo super simples mas sei lá porque me encantava horrores. Inclusive, já falei com várias meninas sobre essas bonequinhas e a resposta positiva é unânime (se você tem menos de 25 anos é bem possível que não saiba de que boneca estou falando, pois quando eu brincava já era meio ultrapassado). Acho que mais pela coisa de colar a roupa por cima, talvez foi isso que me lembrou. Nostalgia querida.

Também acho útil para experimentar combinações que temos vergonha de sair por aí vestindo, por nao saber com o que usar ou por vergonha mesmo, como chapéus. Vai que o treino te deixa mais ousada. Haha. Já valeu a brincadeira.

11.6.09

make up for life.

Há mais ou menos 2 anos deixei de lado 3 anos de faculdade de direito para mergulhar no universo da produção. Sempre fui apaixonada por maquiagem e uns amigos aprovaram um programa de televisão aqui em Porto Alegre, então comecei a trabalhar pra eles. Fui aprendendo conforme as necessidades, pesquisando e lendo sempre. Um ano depois, saí do programa e fui pro lado publicitário.

Hoje trabalho para algumas pessoas e produtoras e tenho como mestra-mor Aline Matias que me ensina tudo, tanto sobre produtos quanto sobre técnicas e macetes para facilitar o trabalho. Quem conhece o case da Aline sabe como é difícil trabalhar com outro, tem de tudo, desde orelhas, perucas, uma infinidade de cílios postiços e produtos incríveis. Todas as cores de face and body foundation da MAC; no mínimo uns 200 pincéis de todos os tamanhos, cores e marcas.

No final do ano passado a Zeppelin aprovou uma campanha de Natal das lojas Riachuelo, na qual teríamos que colar orelhas de Elfo em 16 modelos. Então tive o primeiro contato com as maquiagens Kryolan e Graftobian.

A Aline optou por pontas de orelhas prontas de latex, massa pele para igualar, bastante selador e corretivos para chegar ao tom exato da pele da pessoa. Seria impossível sem a palete Kryolan, que tem todas as cores imagináveis para conseguir a cor e textura certa, pois a coloração da nossa orelha é diferente do rosto e resto do corpo, é geralmente mais avermelhada.



Esse foi o resultado do trabalho.

Bom, desde o dia em que usei a palete da Kryolan nunca mais esqueci. Aquelas 24 cores lindas ficavam na minha cabeça, precisava ter uma dessas. Aqui no Brasil, temos duas lojas, uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro; em Porto Alegre, como já era de se esperar, só conseguimos com representantes da marca. Essa semana estive pesquisando bastante sobre preços e sites que enviam os produtos para o Brasil.

E a minha surpresa: um site holandês que entrega no Brasil. Por uma balela de 45 euros + frete consegui a minha tão sonhada palete de corretivos Kryolan. Tudo por mais ou menos R$150! O que aqui, me custaria praticamente R$700. Incrível!

A única coisa ruim: demora de 2 a 8 semanas para chegar. Já estou com o meu calendário pronto, fazendo a contagem regressiva e esperando pagar esse e pedir otras cositas más. O site é ótimo e vende quase todos os produtos da marca.



Optei pelo Supracolor Greasepaint Palette 24 Shades, que me dá uma ótima gama de cores, além dos tons de pele, ainda tenho algumas outras lindas. Agora é só esperar ansiosamente pelo meu novo brinquedinho.

31.5.09

lily allen, kitsch.

Semana passada a Taís me mostrou um clipe da Lily Allen que eu ainda não conhecia, da música Not Fair. Para quem não conhece ou não lembra, peço para assistir o vídeo (clicando aqui) antes de continuar a ler. Se não, o texto não faz sentido.

Em um primeiro momento admirei muitíssimo a Melina Matsoukas, que até então eu também desconhecia, por ter conseguido ser kitsch e não imitar o kitsch.



Qualquer um imita o kitsch, qualquer um faz um videoclipe ou um ensaio com inspirações tidas como 'bregas', mas sempre com um toque cool, por coolzisse mesmo, porque é bem fácil e todo mundo adora. É só usar um ou dois elementos kitsch; como luz e maquiagem, ou cor e acting, ou figurino e montagem, enfim; e manter os demais elementos modernos e legaizinhos.

Eu estava esperando que fizessem algo realmente brega, de propósito, mas muito brega. Não o brega romantizado. O brega de verdade, com o figurino mais cafona, a maquiagem mais ridícula, a fotografia mais lixo, o acting mais vergonhoso, etc. Porque aí sim vai ser cool.

Quando se mistura os elementos tidos como bons e alguns tidos como kitsch - timidamente, para causar uma sensação em quem está vendo - a obra inteira se torna kitsch justamente pelo fato da mistura. É essa tentativa na intenção da criação da obra (seja um texto, uma foto, um videoclipe) que faz com que ela perca o seu valor.



Achei que esse clipe da Lily tivesse conseguido, mas comecei a perceber alguns toques de humor que não seriam característicos da situação original, ou seja, um videoclipe country num programa de TV americano antigo. O acting do baterista denuncia a intenção, porque cai fora do seu contexto. É um elemento novo que a diretora colocou para dentro daquele universo, para deixar bem claro "olha, isso é só uma brincadeira, estamos fazendo tudo brega assim de propósito, mas para vocês ficarem contentes, vou tirar um sarro com a cara do baterista, para não ficar tão monótono".

Enfim, achei uma pena. As dançarinas, a luz, a introdução, a maquiagem dela, a roupa, os planos dos animais; tudo perfeito. E estragaram tudo não sei por quê. Mais coragem da próxima vez.

De qualquer forma, o clipe é bom e quase perfeito.

Reflitam.

27.5.09

l'idole.

Hoje, navegando em blogs que eu adoro, me deparei com um ensaio publicado na Vogue Paris em fevereiro de 2008. Nunca tinha visto e ADOREI! A brasileira Isabeli Fontana, clicada por Peter Lindbergh encarnou a deusa junkie Amy Winehouse no editorial intitulado L'Idole.



Adorei tudo: o cabelo, os figurinos, o make! As tatuagens estão iguaizinhas. A produção de moda ficou por conta de Emmanuelle Alt. Isabeli veste Guess Jeans, Luis Vuitton, Prada, Gucci, Lacoste, Valentino, entre outras. A beleza foi de Odile Gilbert nos cabelos e Tom Pecheux na maquiagem.



Agora alguém pode me explicar o que ela está fumando nessa foto? Acredito que para encarnar a musa do soul, tem que ter uma ervinha pra apimentar. Afinal de contas Amy, em suas férias no Caribe não passava um dia sem seus cigarrinhos do diabo para superar o vício no crack. O que, cá entre nós, acho um belo substituto.





Essa última foto é linda. A sacada, o violão, a vista, vestido em taffetas Valentino. Pobre Amy, deve ter ficado raivosa por ser tão feia. Imagina ela aí sentada, ia estragar a foto. Nem todo mundo nasce belo como a Isabeli, cada um tem o dom que merece. Uns nasceram para encantar, outros, para cantar.

Pra fechar, um vídeo de Winehouse no festival de Glastonbury em 2007. Mandando ver no ska em um cover de The Specials. Adoro!

24.5.09

me for you and you for me, alone.

Nesta semana tive o privilégio de assistir ao documentário, já aclamado pelos fashionistas, Grey Gardens. Extremamente polêmico, ele voltou à tona devido a sua adaptação para tv, feita pelo canal HBO. A estréia nos estados Unidos foi dia 18 de abril deste ano.

O filme conta a história das fantásticas "Little" Edith Bouvier Beale e "Big" Edith Bouvier Beale, prima e tia de Jackie Onassis, respectivamente, que ficaram vinte anos enclausuradas em uma casa em East Hamptom, sem a menor condição de higiene, após serem abandonadas por Mrs. Beale, que perdeu toda fortuna na crise de 1929. Lá elas desenvolveram seu mundo à parte, sem querer mais sair. Além do filme, o dvd possui alguns extras (adorow extras!), como uma entrevista feita por João Moreira Salles, em 2006, com Albert Maysles, um dos irmãos que dirigiu o filme.

Aliás, eles têm uma filmografia extensa de documentários, que eu desconhecia totalmente, e pareceu bastante válida. Na conversa ele conta que tudo começou com um filme encomendado por Lee Radziwill, irmã de Jackie, sobre a sua infância nos Hamptons. Ela listou uma série de 40 coisas sobre as quais eles poderiam filmar e o item 37 era algo como "tia e prima excêntricas". A sorte foi que, em um dos dias que eles estavam gravando, "Little" Edith ligou para Lee para falar sobre os problemas que elas estavam enfrentando com a vigilância sanitária. Lee convidou os irmãos Maysles para irem junto visitá-las e disse que se quisessem poderiam levar a câmera.



De lá eles não saíram mais, durante 3 meses, mudando, para nossa felicidade, totalmente o foco do filme. Ele fala também da sua maneira estimulante e não intervencionista de filmar, para deixá-las o mais natural possível. Segundo ele, quando a câmera estava desligada, elas continuavam sendo tudo aquilo que podemos acompanhar. É tudo tão surpreendentemente bizarro, que muitas vezes eu esquecia que o que eu estava vendo eram cenas reais e não de ficção.

Tudo isso com o plus dos figurinos de "Litlle" Edie, que são ín-cri-veis, ainda mais quando ela nos explica o que está usando. Em um dos momentos do filme, "Little" Edie fala que a mãe a via como um bebê, mas ela se via como uma garotinha. Só em Nova York ela se sentia mulher. Fiquei pensando que eu acho que nos tornamos adultos quando necessitamos nos portar como adultos, por uma condição social. Reclusa, ela podia ser o que quisesse, e foi. Na época, quase ninguém quis exibir o filme. A crítica no New York Times, por exemplo, foi extremamente negativa, afirmando inclusive que os irmãos Maysles desrespeitaram-nas ao expô-las de tal maneira. Já as duas, ficaram extremante felizes com o resultado e graças a ele, viraram ícone.

Toda essa autenticidade é referência para marcas como Chloé e Marc Jacobs (é, sempre ele).

Gray Gardens tem site e blog, que é super atual e por isso dá mais ênfase ao filme da HBO. O bacana é que ele traz várias curiosidades e posts divertidos como Why do the gays loves Gray Gardens?.

Aqui coloco o trailer da ficção (com Drew Barrymore e Jéssica Lange):



O trailer do documentário:



E alguns frames:









Aguardo ansiosa pela estréia da ficção por aqui, usando esmalte New York, da Risqué.

23.5.09

make me up.

Até a metade do mês de abril a grife italiana Dolce & Gabbana ainda não tinha sua própria linha de make up. Os espertinhos chamaram a tão aclamada e incrível maquiadora Pat Mcgrath para ajudar a bolar as cores e texturas. O resultado foi lindo. Ainda não tive oportunidade de usar nada, pois por enquanto os produtos só estão disponíveis em três lojas, na Saks em Nova Iorque, La Rinascente Duomo em Milão e na Selfridges em Londres.



As embalagens são lindas. E o batom vermelho já está esgotado desde a semana do lançamento da linha. Os nomes dos produtos são ótimos : The foundation, The eyeshadow, The shine lipstick e por aí vai, bem simples e prático. As cores tem nomes lindos também: por exemplo o quad de sombras Champagne, o duo de sombras Gold, os batons Ruby e Dhalia.

Scarlett Johansson é o rosto da linha. Apesar de não gostar muito dela, as fotos estão lindas e super luxuosas. Com um "que" de Marilyn moderna a loira mandou bem.



Para ver as outras fotos e todos os produtos clique aqui. E quem estiver perto de alguma dessas três lojas, faça o favor de se deliciar e experimentar.

20.5.09

history of weed.

A Taís já escreveu sobre Weeds aqui, então nem preciso repetir todos os elogios.

Agora falta pouco para quem, como eu, já acabou de assistir as quatro primeiras temporadas e está contando os dias para o começo da quinta. O vídeo que anuncia a nova temporada é tão genial quanto a série. O que mais admiro é a simplicidade da criação de uma peça de brand entertainment absolutamente ligado com o conceito do programa. Eles fizeram um minidocumentário sobre a história da cannabis com a mesma ironia e suave crítica que tem nos roteiros. São só dois minutos, cliquem aqui para assistir porque o embed não tá funcionando.



Não é incrível?

Praticamente um resumo do livro do Gabeira, que eu comecei a falar aqui e não continuei. Se quiserem saber mais, comprem o livro, sai por menos de R$10 no site da Folha.

18.5.09

brazilian bombshell.

Ontem à noite assisti no canal Futura um documentário sobre a Carmem Miranda. Descobri por acaso, então já peguei no meio. Talvez fosse ignorância minha, mas descobri muitas coisas sobre ela que eu nem imaginava. Claro que eu sabia um pouco mais do que a Gisele Bündchen, que no SPFW do início desse ano (que foi em homenagem ao centenário da Carmem) falou "Carmem Miranda? Aquela das frutas? Sei.", em uma infeliz entrevista.

O documentário se chama Bananas Is My Business, com direção e narração de Helena Solberg, e é muito completo, muito interessante, sem ser óbvio, deixando em entrelinhas algumas questões da vida dela.



A própria repetição de "bananas is my business" nos faz pensar sobre quanto preconceito havia por parte dos americanos, por parte da população brasileira e até pela própria Carmem em relação ao mito criado. O filme também mostra os problemas com o casamento, o consumo de drogas, a volta para o Brasil, até a morte. Dá vontade de contar tudo, mas vocês precisam assistir! Está disponível no youtube, em 10 partes, mas a 1ª foi tirada do ar. Mas enfim, eu também peguei na tv quando já estava no meio e não foi prejudicial para o entendimento.

Ela é uma figura da mitologia brasileira - e aqui não vou entrar no mérito de quanto faz realmente parte da nossa cultura ou o quanto é um ícone de exportação - que inspirou muitas manifestações e movimentos, em especial a Tropicália, e continua inspirando até hoje.









Fotos de Camilla Akrans para T Style Magazine.